Debate recebeu quatro palestrantes especialistas que falaram mais sobre o desenvolvimento da ciência no Brasil
Aurélio Murta
Gabriela Johnson Bertoleti
O Instituto Besc de Humanidades e Economia (iBesc) realizou, nesta semana, em Salvador a 41ª ASPEN (Assembleia Permanente pela Eficiência Nacional), na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), com a presença de conselheiros do instituto, empresários e lideranças locais. No dia seguinte o grupo visitou laboratórios do SENAI CIMATEC, na capital baiana.
A edição, que levou o tema “Tecnologias Quânticas, Supercomputação e Vacinas Nacionais: Inovação Industrial na Bahia”, foi realizada de forma híbrida (presencial e virtual) e contou com quatro palestrantes e teve como mediador Hamilton Mendes Silva, coordenador-geral de Inovação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que ressaltou a importância do tema para o país. “Nós, do Ministério da Ciência e Tecnologia, ficamos honrados por participar de mais uma oportunidade para debater o tema que é de extrema relevância para o país”, afirma Hamilton ao pontuar que “a ciência e tecnologia é um dos pilares da sociedade contemporânea”.
Segundo Hamilton, o debate promovido durante a 41ª ASPEN vai de encontro com a agenda que o MCTI tem elencado como prioritário devido a sua extrema relevância na prosperidade das cidades e do país.
A pesquisadora doutora Bruna Machado, professora titular do SENAI CIMATEC, iniciou o debate falando do desenvolvimento de vacinas nacionais para a COVID-19. “As tecnologias de vacinas hoje, são consideradas uma das principais tecnologias para prevenir as doenças infecciosas”, ao ressaltar que as vacinas surgem para evitar a mortalidade de indivíduos, redução de casos graves das doenças e de custos hospitalares.
Segundo Bruna, a vacinação contra a COVID-19 deverá ser sazonal, por causa do surgimento de novas variantes e para isso será necessário o apoio e incentivo principalmente do Ministério de Ciências e Tecnologia, para que o país possa desenvolver novas tecnologias de vacina e produzir em grande escala. Além disso, a doutora também destaca que é necessário compreender e ter domínio de plataformas tecnológicas que serão a base para o desenvolvimento de outras vacinas, como por exemplo, vacinas para a dengue, zika e oncológicas. “Inúmeros países, principalmente desenvolvidos, vêm focando muito investimento dentro dessa área tecnológica”.
Kleber Franchini, diretor do Laboratório Nacional de Biociências do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), explicou mais sobre as pesquisas desenvolvidas pelo laboratório. A doença de chagas, vários tipos de câncer e arbovírus que acometem o país “são alguns exemplos do que nós fazemos como ciência e de como essa ciência está conectada com a preocupação de levarmos esse desenvolvimento para o nível clínico, obviamente pensando que isso vai alcançar em algum momento a nossa população”, afirma.
Outro assunto importante que a 41ª ASPEN abordou, foi a computação e tecnologia quântica com os especialistas João Marcelo Silva Souza, pesquisador líder e coordenador do SENAI CIMATEC, e Rodrigo Capaz, diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia do CNPEM. Essa tecnologia vai gerar inúmeros avanços em diversas áreas como comunicação, medicina, finanças, meteorologia, entre outros.
Capaz explica sobre a importância da tecnologia quântica, que envolve não somente computadores, mas também simuladores, comunicação e outros. Ele destacou a necessidade de se ter computadores quânticos. “A lei de Moore é o balizamento para a indústria de semicondutores que indica de que maneira ela precisa continuar evoluindo ao longo dos anos, para que possamos comprar computadores cada vez mais rápidos a cada, digamos, cinco anos”, explica.
A presidente do iBesc Jussara Ribeiro encerrou a 41ª ASPEN destacando sua satisfação em proporcionar aos seus conselheiros a oportunidade de visitar as organizações brasileiras de maior destaque no mundo em suas áreas de atuação, para conhecer o estado da arte da ciência e tecnologia no Brasil.
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VISITA TÉCNICA LAQCC
A presidente do iBesc e conselheiros visitaram o Centro de Computação Quântica, batizado de LAQCC (Latin America Quantum Computer Center), na sede do SENAI CIMATEC, em Salvador. Este importante laboratório busca incentivar e capacitar mão de obra para que o país se desenvolva ainda mais nas pesquisas científicas na área da tecnologia e computação quântica. O LAQCC foi implantado para desenvolver pesquisas aplicadas para auxiliar o setor empresarial no Brasil. Ele está capacitado para estudos de impacto, roadmaps tecnológicos, investigações de algoritmos e diversos outros projetos de pesquisa em diferentes áreas.
SOBRE O INSTITUTO BESC
O Instituto Besc de Humanidades e Economia, fundado em fevereiro de 2009, e tem sede em Belo Horizonte. O iBesc tem como propósito contribuir com a estruturação de políticas de investimento público-privado para o desenvolvimento econômico e social do brasileiro, direcionadas ao crescimento da produção e à inserção de todas as regiões do Brasil no universo do conhecimento, do saber e do bem-estar social.


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